Procura aê!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cenas do Cotidiano [3]

            Maria era quieta, nascida em cidadezinha do interior, veio pra capital ainda na infância, e era meio “do mato”. As amiguinhas com seus 14 ou 15 anos, já davam sinais da entrada na adolescência, com seus peitinhos, do tamanho de pequenas laranjas, começando a aparecer na blusa. Mas Maria, coitada, era uma tábua. Ela se envergonhava tanto que não gostava de andar com as outras meninas, preferia ficar sozinha, pelos cantos, tentando ser o mais imperceptível possível.
         O tempo foi passando de Maria foi crescendo, não só ela, como toda sua estrutura física. A menina mirradinha e sem corpo, já ostentava um belo par de melões que chamava atenção por onde passava. Não só os seios, mas também a beleza singular de Maria, despertava em todos que a viam, um brilho único.
         O tempo passou, Maria cresceu, mas a vida continuava dura no subúrbio, ela parara de estudar pra poder trabalhar e ajudar em casa, já que seu pai estava desempregado e a mãe trabalhando de doméstica, não ganhava la essas coisas para conseguir manter a casa.
         Seu primeiro emprego foi seguindo os passos da mãe, doméstica de casa de família. Trabalhando muito e ganhando pouco, Maria não sentia feliz com aquilo que fazia.
         Certo dia, voltando da casa da sua nova patroa, fez amizade com uma garota que conhecera no ponto de ônibus, a “Bruninha”. De uma hora para outra se tornaram as melhores amigas. Bruninha, sempre de saia curtinha, ou shortinho curto, já Maria, com aquelas calças pegando na boca do estômago, ou aqueles vestidões típicos de crente, aliás, outro detalhe que esqueci de contar era que Maria era da Igreja Universal e ainda mesmo ganhando pouco, pagava la seu dizimo todo mês para o pastor.
         Bruninha já não mais saia da casa de Maria. Seu jeitinho espevitada, agradava seu pai e sua mãe, apesar de que no começo ficaram um pouco assustados com algumas besteiras que Bruninha dizia, ou a quantidade de palavrões que tinha em cada frase, mas com o tempo passaram a se acostumar, ou pelo menos aturar a Única amiga da filha.
          Maria começava a reclamar cada vez mais do serviço: Humilhante, cansativo e mal remunerado, e toda vez que ela reclamava, Bruninha dizia que iria leva-la pra conhecer o “seu Paulão”.
         Maria ficava com medo desse nome, e sempre dizia que um dia, quando adquirisse coragem, iria procurar o seu Paulão, que na verdade Maria não sabia nem quem era, muito menos o que fazia, tanto que ao indagar Bruninha, a mesma sempre repetia a mesma frase:
- Na hora você vai ver.
         Três anos se passaram, e Maria na mesma vida medíocre. Acordava de madrugada, tomava três conduções para ir trabalhar, trabalhava até as 18  horas e ia para a casa ajudar a mãe no restante dos afazeres domésticos.
Mas nessa sexta feira, essa historia ia tomar outro rumo, Maria disse Basta dessa vida e procurou Bruninha:
- Hoje eu quero mudar de vida, não sei quem é esse tal Paulão, mas ele me tirando disso tudo, eu vou conhecer ele.
         Bruninha, mais do que na hora, pegou a amiga pela mão e levou até o seu Paulão. Numa rua escura, varias casas apenas na penumbra, uma paisagem que chegavam a assustar Maria.


[CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO]