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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Filosofia de Boteco e outras mais

Re-upando o post do nosso querido amigo, escritor, pesquisador, biólogo, professor, funcionário publico, doutorando, cantor de boate gay, além de fazer bicos de marceneiro as vezes, JOSÉ LUIZ DA SILVA.


Filosofia de Boteco e outras mais


Há algum tempo, acredito que o boteco é um lugar onde surgem as grandes idéias. Recentemente conversando com um amigo, diga-se de passagem, no boteco, que estava realizado por ter aprovado e tomado posse em um concurso público, me deparei comigo mesmo em um passado recente, quando assumia meu primeiro emprego e refleti quão desgastante deva ser para os jovens que se formam sem muita perspectiva e se deparam com um mundo cheio de oportunidades e concorrência.
Depois do segundo copo, imaginei esse meu amigo entrando no escritório, no primeiro dia do emprego, já tendo como meta se aposentar daqui a 35 anos. Tiro isso da própria experiência, porque também planejei os meus 35 anos e acreditava que a estabilidade me satisfaria até entrar em contato com uma equipe que me fez refletir sobre a vida e o que eu faria dela. Notei que algumas pessoas eram felizes sem estabilidade, não haviam casado, não tinham emprego fixo, mas tinham relacionamentos duradouros e nunca estavam na pindaíba.
O que significa 35 anos na vida de um jovem sonhador? A realização de um sonho ou o fim do mesmo.
Lembro que num passado recente, enquanto estava com a companheirada no boteco, um amigo me questionou: “Cara qual é a tua idade?”, momento que assumi ter passado dos 30. Na sequencia ele me lança a pergunta decisiva: “Neste tempo te faltou oportunidade?”
Parei um pouco, remontei aos primeiros anos de vida, da experiência na educação básica, nos apuros da graduação, quando precisava controlar cada centavo gasto e, no final do mês, o limite da conta bancária estava estourado.
Por notar o meu silêncio ele jogou mais uma: “Acaso tens medo de abrir mão da estabilidade?
Quanto as respostas para as questões anteriores, ficam para outra oportunidade. Entretanto, tomei a decisão mais sensata naquele momento: pedi exoneração do emprego, pleiteei e consegui uma bolsa para o doutorado. Creio que isto me impulsionou a tomar as decisões e optar pelo que me satisfaz enquanto ser humano.
Quanto ao meu amigo, acredito que ele tomou a decisão que achou conveniente neste momento. Logo, quando estávamos esvaziando os copos, disse-lhe um daqueles jargões: que apenas ele poderia viver a própria história e que fosse feliz em suas escolhas. Ao contrário de mim que já passei dos 30, ele ainda não chegou aos 20, está agarrando a primeira oportunidade, terá muito tempo para refletir sobre a vida e, se necessário, mudar o curso dela antes dos 35.

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